22 de fevereiro de 2016

Com'assim não posso gostar de David Bowie?

Hello, dear darlings.


Sim, cá estamos de novo. Ou, pelo menos, cá estou de novo - espero que também estejam por aí, ou que voltem com o tempo. Não se preocupem, não vou falar muito sobre o facto de não publicar há cerca de vinte mil anos. Tenho mais paciência para arranjar desculpas, do que para lê-las e vou supor que sentem o mesmo. Falar muito da minha inadmissível procrastinação seria perpetuá-la e estou a tentar nadar na outra direcção, you know?


Por isso, adiante.




Estou moderadamente habituada a que as pessoas achem que gosto de artista x ou y só para parecer
cool ou para me fazer parecer de conhecedora. Eu sou uma pessoa de música, não da música, mas de música. Não interessa se conheço muito ou pouco, o que interessa é que na esmagadora maioria das vezes tenho interesse em conhecer. Seja que tipo de música for. Assim sendo, estas opiniões não me chateiam muito.

Queria falar-vos de algo que me pesou muito no início do ano. Morreu o David Bowie. A verdade é que senti muito a sua morte, mas nem é essa a questão. É que, segundo uma porradona de pessoas, parece que não posso sentir a sua morte assim tão intensamente. Isso é estúpido. Porquê? Porque a) tenho 21 anos, b) hmm… Não, é só porque tenho 21 anos.

Nasci, portanto, em 1994 e segundo os eruditos da música, o Bowie já tinha tido os seus tempos áureos há uns belos anos quando eu resolvi chegar ao mundo e por conseguinte não sou merecedora de me dizer fã, visto que nunca tive a oportunidade de “viver” o Bowie. Eu acho que vivi o Bowie, eu acho que vivi muito o Bowie. Algumas das suas músicas fazem parte das minhas músicas de sempre, sinto coisas que não sinto com mais nenhum artista, dancei sempre Bowie e partilhei Bowie com amigos. Senti sempre o David Bowie. É porque tenho 21 anos que nada disto é válido? Desde quando é que a música tem idade? O Freddie Mercury morreu em 1991, continua a ser a minha voz preferida. De sempre. E agora, não posso?

Segundo o raciocínio destas pessoas (e de uma em específico com quem tive esta discussão) não posso gostar de nada que não seja “da minha geração”.

Eu acho que esta discussão é um poço sem fundo, os argumentos são fracos, para não dizer absolutamente vazios. Eu acho que cada pessoa gosta do que gosta e ninguém, repito, ninguém devia sentir-se no direito de dizer que esse gosto é inválido. Seja porque motivo for, mas muito menos por causa da idade. Que culpa tenho eu de ter nascido depois dos outros?

E pronto, fica aqui o meu desabafo. E podem esperar muitos mais, garanto-vos. Coisas para desabafar e para refilar é o que não me falta.

I mean it, I'm on air again!

Dear darlings, stick around to see.

P.S.: Deixo-vos, ali em cima, uma música que é das minhas preferidas de sempre. O Bowie era muito mais do que as palavras utilizadas para o homenagear, mas o seu legado vai ficar sempre. E a Changes pareceu-me adequada. Enjoy. :)

2 comentários:

  1. Tudo tão certo! Sinto isso muitas vezes - até porque tenho uma especial tendência para simpatizar com artistas que são muuuuuuuuuuuuito anteriores aos artistas da nossa geração. E agora? A música não tem tempo. É isso que a torna única :)

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    1. É isso mesmo! A música não tem tempo, nem idade, nem validade. Eu penso muitas vezes que era tão bom se toda a gente gostasse de mais coisas, havia mais partilha e mais conversa.

      Obrigada pelo teu apoio de sempre. <3 É muito bom.

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