29 de fevereiro de 2016

Na comédia vale tudo. Ou será que não?

Good evening, dear darlings.


O que é que vocês acham sobre comediantes “provocadores”? É que eu tenho pensado muito no assunto, e mais, tenho chateado todos os meus amigos com o assunto. A conversa começa, normalmente, com o Rui Sinel de Cordes, como é natural dado os últimos eventos, ainda que a questão não se centre nele. Porém, e já que aqui estou, quero só dizer que apesar de não ser seguidora do seu trabalho, acho que everyone needs to chill.




Comecei a pensar sobre este assunto depois dos Globos de Ouro que foram apresentados pelo Ricky Gervais. Eu acho-lhe imensa graça, adoro o seu trabalho e sempre achei que ele é um bocado genial, mas a verdade é que ele ofendeu uma data de pessoas (com piadas que eu achei hilariantes, mas que irritaram muita gente). Isto levou-me a pensar nos limites dos comediantes e onde termina a sua liberdade de expressão. Se é que termina. Muita gente me diz “é simples, a tua liberdade acaba quando a do outro começa”, mas será assim tão simples? Eu acho que não, porque o que me parece é que os indignados deste Facebook fora, apenas não sabem fazer mais nada do que refilar sobre todo e qualquer assunto, que muitas vezes nem lhes diz respeito. Honestamente que acho que a maior parte das pessoas ofendidas pela comédia de pessoas como o Ricky Gervais e como o Rui Sinel de Cordes (goste-se ou não de um ou de outro) são pessoas que precisam de refilar com alguma coisa para sentirem que controlam alguma coisa, que a sua opinião é muito importante e representativa de alguma coisa. É, os indignados representam sempre alguém, parece que caminham com um estandarte de justiceiros sociais quando, se formos a ver, estão a escrever comentários maiores do que a Biblía num post, que não é assim tão relevante, de um comediante que não quer de todo saber. Há reais problemas a acontecer no mundo. Porque é que em vez de refilarem com o Ricky Gervais pela piada (óptima) da Caitlin Jenner, não vão escrever comentários sobre o absurdo que é o Donald Trump ter hipótese de ser candidato a Presidente dos Estados Unidos da América? C’mon.  




O bom senso e a sensatez sempre foram qualidades importantes para mim e, neste tópico da liberdade de expressão na comédia, acho que são imprescindíveis. É preciso ter bom senso. A verdade, no entanto (e infelizmente), é que nem toda a gente tem bom senso - e já que estamos a reflectir sobre o assunto, há muita gente que não tem sentido de humor absolutamente nenhum. Característica que considero absolutamente sintomática da personalidade de uma pessoa, mas enfim.


Na minha opinião, se a intervenção de x comediante tem uma premissa - aborde o tema que abordar - está a valer. É preciso é que não seja gratuito, porque o mal dizer puro é mesmo isso, gratuito. É deselegante e não nos leva a lado nenhum.


Se os comediantes não abordassem temas fracturantes, a comédia não passava de piadas sobre puns, cocó e pessoas a cair. E daí não sei, não fosse alguém que sofre de flatulência sentir-se atacado. Para a minha felicidade, sou uma pessoa que acha graça a quase tudo e, normalmente, o tema não interessa. Se eu achar graça, vou-me rir e muito. É importante encontrarmos sempre forma de nos rirmos, seja de que situação for.


Para terminar, gostava só de dizer a toda a gente que publicou algo parecido com #JeSuisCharlie depois do ataque ao Charlie Hebdo, e que depois se vai indignar com comediantes porque se sentem ofendidos com alguma coisa que disseram, preciso que saibam: a vossa hipocrisia é maior que o ego do Donald Trump.


De resto, vou continuar a rir-me de tudo e com a maior gargalhada que conseguir. Keep making me laugh, bicthes!


Talk to you again soon, dear darlings.


xx

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