Às vezes sinto-me tão frustrada comigo que fico amuada - sim, fico amauda comigo própria. Sinto que não estou a fazer o suficiente, que devia estar a fazer muito mais. Tenho andado a pensar bastante nos privilégios que tenho à minha volta e na forma como isso me pode ajudar a chegar onde quero chegar - e na forma como eu, estúpida, não aproveito.
Eu sou uma pessoa privilegiada. Uma jovem adulta de (quase) 22 anos, a viver numa cidade fantástica, tenho trabalho, uma família incansável e amigos inacreditáveis. Ao longo da minha vida tive todas as oportunidades que queria ter tido. Os meus pais são maravilhosos e fazem todos os dias das tripas coração para que eu e os meus irmãos possamos ter todas as oportunidades que merecemos e para podermos chegar onde queremos (estarei-lhes eternamente agradecida por isso, acho que não lhes digo vezes suficientes). Tenho um sistema de segurança e apoio fantástico, isso não me falta. Sempre estiveram reunidas as condições necessárias para eu ser sempre a melhor versão de mim. É… Sinto que às vezes isso não acontece. Sinto que há sempre uma versão melhor de mim que nunca mostro - quem me separa do sucesso sou só eu própria.
Há uma coisa em mim que é muito relevante na forma como me vejo, e na forma como os outros me vêem (acho eu): o dom da palavra. Falo que me desunho, nunca me falta conversa e raramente fico sem resposta. Isto faz com que me veja (e me sinta) como uma pessoa extrovertida, comunicativa, determinada e com alguma ausência de filtros. Então… Porque é que não tenho medo de falar, mas tenho medo de fazer tanta coisa? Nunca me vão ver a não dar a minha opinião sobre alguma coisa; muito mais facilmente me vão ver com medo de vos mostrar algo que eu fiz, o meu trabalho, as minhas criações. Porque é que não tenho medo de dizer asneiras, mas tenho medo de fazer asneiras? Não sei.
Luto pelas minhas opiniões como se não houvesse mais nada à minha frente e não deixo que ninguém me pise os calos. Não obstante, ando há meses e meses para lançar um podcast e ainda não o fiz. É algo que quero imenso fazer, algo com que posso aprender muito e que, por conseguinte, pode ajudar-me a alcançar aquilo que quero realmente para mim. Convenço-me sempre de que não vai ser bom o suficiente. Mas o suficiente para quem? Não sei qual a opinião que me assusta mais, se a dos outros, se a minha. Não me interpretem mal, eu sei o valor que tenho. Não sou uma falsa modesta e acredito nas minhas capacidades - só tenho de parar de as esconder. Sou uma privilegiada, tenho um computador e um microfone. Porque é que continuo parada?
Sabem o que é que também não ajuda? Ficar para aqui a falar do assunto, a pensar no assunto, quando sei perfeitamente que não há grande resposta. Por isso, de mim para mim própria: Inês, nunca vai chegar o momento certo para fazeres seja o que for. Pára de adiar, pára de te convencer de que pode haver uma forma melhor de fazeres as coisas, hás-de aprender. Vais sempre ter medo, mas lembra-te que a cena do “coração que não vê, coração que não sente” tanto dá para o bom, como para o mau. Take your chance; stop hiding.
Só tenho de fazer. Um dos meus colegas de trabalho disse-me, no outro dia, que a vida é feita de fases, ou fazes ou não fazes. E eu vou fazer. Não interessa se é o podcast, um canal do youtube, vestir mais vezes vestidos ou fazer uma viagem. Só tenho de fazer.
Depois logo se vê.
xx
Como te percebo. Às vezes sinto que vivo com medo daquilo que os outros pensem ou digam de mim. Uma autêntica parvoíce. Ando a aprender a deixar as coisas acontecerem, sem pressões da minha parte. E quanto ao podcast, já ando à espera dele há algum tempo! Estás à espera de quê para o fazer? :p you go, girl!
ResponderEliminarAcho que não é fácil aceitar que não há uma forma de termos 100% de certeza que as coisas vão correr bem, não há. E isso é muito assustador! Mas não podemos deixar de fazer as coisas. E tu também fazes coisas lindas, querida Margarida. Muito obrigada por estares sempre por cá. Um beijinho grande.
EliminarArrisca, minha querida! :) É que eu sou como tu nas fotografias e no blog, e sei bem o que sofro. Mas a verdade é que tu és a tua maior crítica e a verdade é que ninguém vai achar que não é bom o suficiente, só tens é de tentar. Salta! Porque mesmo que tropeces, cá estamos nós para te segurarmos também. :)
ResponderEliminarPrometo que vou arriscar, que vou fazer mais coisas, experimentar mais e, essencialmente, fazer mais daquilo que me faz feliz. Obrigada por estares aí para me segurar, é mesmo importante para mim. Longe, mas sempre perto. <3 Cheia de saudades, minha Bililinda.
EliminarForça Inês, é esse o espírito :)
ResponderEliminarGosto muito do cabeçalho do blog *
Obrigada, querida Marta. <3
EliminarFoi a minha linda mana que me fez o design do blog, está lindo, não está?
Um beijinho enorme.
Habemus viagem? Yeeeeyy habemus viagem!
ResponderEliminarHABEMUS VIAGEM
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