27 de abril de 2016

Take your chance; stop hiding.

Às vezes sinto-me tão frustrada comigo que fico amuada - sim, fico amauda comigo própria. Sinto que não estou a fazer o suficiente, que devia estar a fazer muito mais. Tenho andado a pensar bastante nos privilégios que tenho à minha volta e na forma como isso me pode ajudar a chegar onde quero chegar - e na forma como eu, estúpida, não aproveito.




Eu sou uma pessoa privilegiada. Uma jovem adulta de (quase) 22 anos, a viver numa cidade fantástica, tenho trabalho, uma família incansável e amigos inacreditáveis. Ao longo da minha vida tive todas as oportunidades que queria ter tido. Os meus pais são maravilhosos e fazem todos os dias das tripas coração para que eu e os meus irmãos possamos ter todas as oportunidades que merecemos e para podermos chegar onde queremos (estarei-lhes eternamente agradecida por isso, acho que não lhes digo vezes suficientes). Tenho um sistema de segurança e apoio fantástico, isso não me falta. Sempre estiveram reunidas as condições necessárias para eu ser sempre a melhor versão de mim. É… Sinto que às vezes isso não acontece. Sinto que há sempre uma versão melhor de mim que nunca mostro - quem me separa do sucesso sou só eu própria.

Há uma coisa em mim que é muito relevante na forma como me vejo, e na forma como os outros me vêem (acho eu): o dom da palavra. Falo que me desunho, nunca me falta conversa e raramente fico sem resposta. Isto faz com que me veja (e me sinta) como uma pessoa extrovertida, comunicativa, determinada e com alguma ausência de filtros. Então… Porque é que não tenho medo de falar, mas tenho medo de fazer tanta coisa? Nunca me vão ver a não dar a minha opinião sobre alguma coisa; muito mais facilmente me vão ver com medo de vos mostrar algo que eu fiz, o meu trabalho, as minhas criações. Porque é que não tenho medo de dizer asneiras, mas tenho medo de fazer asneiras? Não sei.

Luto pelas minhas opiniões como se não houvesse mais nada à minha frente e não deixo que ninguém me pise os calos. Não obstante, ando há meses e meses para lançar um podcast e ainda não o fiz. É algo que quero imenso fazer, algo com que posso aprender muito e que, por conseguinte, pode ajudar-me a alcançar aquilo que quero realmente para mim. Convenço-me sempre de que não vai ser bom o suficiente. Mas o suficiente para quem? Não sei qual a opinião que me assusta mais, se a dos outros, se a minha. Não me interpretem mal, eu sei o valor que tenho. Não sou uma falsa modesta e acredito nas minhas capacidades - só tenho de parar de as esconder. Sou uma privilegiada, tenho um computador e um microfone. Porque é que continuo parada?

Sabem o que é que também não ajuda? Ficar para aqui a falar do assunto, a pensar no assunto, quando sei perfeitamente que não há grande resposta. Por isso, de mim para mim própria: Inês, nunca vai chegar o momento certo para fazeres seja o que for. Pára de adiar, pára de te convencer de que pode haver uma forma melhor de fazeres as coisas, hás-de aprender. Vais sempre ter medo, mas lembra-te que a cena do “coração que não vê, coração que não sente” tanto dá para o bom, como para o mau. Take your chance; stop hiding.

Só tenho de fazer. Um dos meus colegas de trabalho disse-me, no outro dia, que a vida é feita de fases, ou fazes ou não fazes. E eu vou fazer. Não interessa se é o podcast, um canal do youtube, vestir mais vezes vestidos ou fazer uma viagem. Só tenho de fazer.

Depois logo se vê.

xx

8 comentários:

  1. Como te percebo. Às vezes sinto que vivo com medo daquilo que os outros pensem ou digam de mim. Uma autêntica parvoíce. Ando a aprender a deixar as coisas acontecerem, sem pressões da minha parte. E quanto ao podcast, já ando à espera dele há algum tempo! Estás à espera de quê para o fazer? :p you go, girl!

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    1. Acho que não é fácil aceitar que não há uma forma de termos 100% de certeza que as coisas vão correr bem, não há. E isso é muito assustador! Mas não podemos deixar de fazer as coisas. E tu também fazes coisas lindas, querida Margarida. Muito obrigada por estares sempre por cá. Um beijinho grande.

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  2. Arrisca, minha querida! :) É que eu sou como tu nas fotografias e no blog, e sei bem o que sofro. Mas a verdade é que tu és a tua maior crítica e a verdade é que ninguém vai achar que não é bom o suficiente, só tens é de tentar. Salta! Porque mesmo que tropeces, cá estamos nós para te segurarmos também. :)

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    1. Prometo que vou arriscar, que vou fazer mais coisas, experimentar mais e, essencialmente, fazer mais daquilo que me faz feliz. Obrigada por estares aí para me segurar, é mesmo importante para mim. Longe, mas sempre perto. <3 Cheia de saudades, minha Bililinda.

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  3. Força Inês, é esse o espírito :)
    Gosto muito do cabeçalho do blog *

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    1. Obrigada, querida Marta. <3
      Foi a minha linda mana que me fez o design do blog, está lindo, não está?

      Um beijinho enorme.

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  4. Habemus viagem? Yeeeeyy habemus viagem!

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