14 de junho de 2016

LOVE IS LOVE.

"This show is proof that history remembers. We live through times when hate and fear seem stronger, we rise and fall and light from dying embers, remembrances that hope and love last longer. Love is love is love is love is love is love is love — cannot be killed or swept aside", Lin-Manuel Miranda




Eu não sei o que é não poder ser eu própria, eu não sei o que é sentir que tenho de me esconder das pessoas à minha volta. Eu sou privilegiada porque eu não sei o que é sentir que há ainda uma (grande) porção de pessoas no mundo que não me aceitam só por eu ser quem sou. Eu sou privilegiada. Fico com o coração pequenino por saber que há pessoas que não têm o mesmo privilégio que eu. Como? Como é que amar é errado? Pior, como é que vivemos num mundo onde poder amar livremente é um privilégio. Eu acho que é só a natureza humana.

Morreram 49 pessoas porque alguém as odiava só por existirem. Por serem elas próprias, por se recusarem a ser algo que não são. Sempre que acho que o mundo está a ficar melhor (slowly but surely) acontece alguma coisa que me faz perceber que eu estou errada. O meu coração fica pequenino, pequenino e eu sem saber o que fazer. Sem saber a melhor forma de honrar a vida das pessoas que foram mortas porque alguém não aceita que o amor é amor e mais nada.

"So if I'm losing a piece of me, maybe I don't want heaven." 

Gostava de poder abraçar toda a gente afectada pelo ataque de sábado, em Orlando. Gostava de poder dizer-lhes que não estão sozinhos. Gostava de lhes pedir que não deixem de se entusiasmar com a vida, que não deixem que uma besta como aquela que roubou 49 vidas lhes roube também a delas, deixando o coração a bater só por bater.

Foi com eles, mas podia ter sido com qualquer um de nós. Podíamos ser nós, os nossos amigos ou família. Porque, na verdade, aquelas pessoas estavam só a divertir-se - como todos nós fazemos. Num espaço que consideravam seguro, onde podiam dançar, conversar e estar à vontade - como todos nós fazemos. Eles estavam só a ser pessoas - e nós somos todos só pessoas. Nós somos tanto tão iguais a eles.

Ninguém está à espera de estar num bar a relaxar com os amigos e ouvir tiros, levar um tiro e morrer. O ódio que levou aquelas pessoas inocentes à morte diz-nos respeito a todos. Diz-nos respeito a todos porque todos temos um dizer na questão, todos temos poder para - pelo menos - não proliferarmos o medo e o desespero;  a desilusão que sentimos no mundo.

Amor é amor, nunca ninguém vai conseguir mudar isso. Todo o ódio do mundo nunca será mais forte do que o amor numa só pessoa. O ódio nunca poderá ser mais forte - não deixemos que o seja.

Love as much as you can, as honestly as you can. Love will always win.
Always.

xx


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